1 - Interno de Anestesiologia, Centro Hospitalar de Lisboa Central
2 - Assistente Hospitalar, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central
3 - Chefe de Serviço, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central
- Reunião Nacional – XXIII Congresso Anual do CAR/ESRA Portugal 2015
Resumo:
Introdução: A orquidopexia constitui um procedimento rotineiro em Cirurgia Pediátrica, usualmente efetuado em contexto de ambulatório. É comum realizar-se uma anestesia geral balanceada associada ao bloqueio do nervo ilioinguinal e iliohipogástrico (BNII).
Uma das complicações do BNII prende-se com o bloqueio transitório do nervo femoral (BNF), com uma incidência a rondar os 5%.
Caso clínico: Descreve-se o caso de um BNF num rapaz de 11 anos, proposto para uma orquidopexia. Após indução, realizou-se BNII ecoguiado com 0,15ml/Kg de ropivacaína 0.375%, sem intercorrências. Três horas após a intervenção cirúrgica o doente inicia queixas de parésia do membro inferior, com diminuição da força muscular do quadrícepete e sensibilidade reduzida em todo o território inervado pelo nervo femoral. Optou-se por manter o regime de ambulatório mas com pernoita, tendo tido alta na manhã seguinte, com resolução completa do bloqueio.
Discussão/conclusão: Pretendemos discutir a incidência do BNF após o BNII e suas implicações, particularmente em Cirurgia Pediátrica de ambulatório. Um bloqueio motor não previsto pode condicionar acidentes graves, devendo-se explicar os cuidados a ter. O atraso na alta, e a ansiedade dos pais e criança perante uma complicação não esperada, são algo que devemos considerar na consulta pré-operatória e aquando da realização do BNII.
Palavras Chave: orquidopexia, bloqueio do nervo ilioinguinal e iliohipogástrico, pediatria, ambulatório