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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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LESÃO NEONATAL DO PLEXO BRAQUIAL - CASO CLÍNICO

Jean-Claude Fernandes1, Ana Soudo2

1. Interno de formação específica de Medicina Física e de Reabilitação, Medicina Física e de Reabilitação do Hospital de Funchal
2. Fisiatra, Serviço de Medicina Física e de Reabilitação - Polo do Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa

International Module of Paediatric Rehabilitation “Child in the hospital”. Organizado pelo Instituto Politecnico de Setubal/ Serviço de MFR do HDE - Hospital D. Estefânia, CHLC, Lisboa (apresentação oral)

Resumo: A lesão neonatal do plexo braquial ocorre em cerca 0,5 a 2 por cada 1 000 nascimentos. O mecanismo de acção é a tracção secundária à flexão lateral da cabeça. Os instrumentos de diagnóstico incluem a clínica, exames imagiológicos e electrofisiológicos. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. O prognóstico depende do local e gravidade da lesão.
Relatamos o caso de uma criança, filha de pais jovens não consanguíneos. A gravidez embora não planeado foi adequadamente vigiada. Parto de termo distócico por fórceps após amniotite. PN 3820g, perímetro cefálico 35,5, índice Apgar 9/10 e parésia do membro superior direito. Devido ao risco de infecção foi internado e realizou fisioterapia durante o internamento (8 dias).
Na consulta do primeiro mês o membro superior direito apresentava-se flácido e hipotónico; rotação interna do ombro, pronação do antebraço e ligeira flexão do punho; ausência de movimentos activos do ombro e cotovelo; função motora dos dedos preservada; ausência de reflexos osteo-tendinosos. Iniciou um programa de terapia ocupacional.
Na consulta de seis meses não havia recuperação de movimentos activos. Fez EMG e RM que demonstrou lesão do tronco primário superior.
Foi feita neurotização do nervo suprascapular à raíz de C6 e reconstrução do tronco superior com enxerto do nervo safeno.
Para correcção de desequilíbrios musculares foi injectada toxina botulínica e manteve terapia ocupacional.
Trata-se de um caso de lesão do plexo braquial associado a distócia; a reabilitação desta lesão requer uma equipa multidisciplinar que inclui fisiatra, cirurgião, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional; a mobilização é importante para a prevenção de contracturas e deformidades articulares

Palavras Chave: lesão neonatal do plexo braquial, mecanismo de ação, reabilitação, equipa