1- Unidade de Infecciologia, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central EPE, Lisboa
- 16º Congresso Nacional de Pediatria, Algarve, 22-24 de Outubro de 2015 (Poster)
Resumo:
Introdução: A leishmaniose visceral caracteriza-se por febre, pancitopénia, hepatoesplenomegália e hipergamaglobulinémia no entanto as formas de apresentação da doença e evolução podem ser atípicas.
Resultados: Apresentam-se quatro casos de leishmaniose visceral em crianças internadas inicialmente com outros diagnósticos. No primeiro caso tratava-se de um doente com anemia de células falciformes com pneumonia que por manter febre com hepatoesplenomegália e hipergamaglobulinémia que não se enquadravam na sua doença crónica nem na intercorrencia aguda, levaram á suspeita do diagnóstico. No segundo, o diagnóstico de leishmaniose foi realizado inesperadamente num mielograma cujo objectivo era a investigação de anemia mantida numa criança com eliptocitose. O terceiro caso tratava-se de uma criança com infecção por HSV6, que mantinha febre, hepatomegália e bicitopénia; apesar da ausência de esplenomegália e hipergamaglobulinémia, a persistência destes sintomas levaram á realização de mielograma e ao diagnóstico. Registou-se ainda uma criança apenas com esplenomegália e pancitopénia com cinco meses de evolução e sem febre; apesar da ausência de febre, a hipergamaglobulinémia persistente motivou investigação e levou ao diagnóstico.
Por ultimo uma apresentação clássica e diagnóstico precoce podem cursar com evolução complicada como no caso de um doente sem melhoria clinica após terapêutica com anfotericina B, o que motivou nova investigação e o diagnóstico de evolução para síndrome hemofagocítico.
Conclusões: O diagnóstico leishmaniose pode ser um desafio quando não estão presentes as manifestações clássicas. A presença de co-morbilidades pode atrasar o diagnóstico e condicionar a evolução clínica.
Palavras Chave: Leishmaniose visceral, Síndrome hemafagocítico.