1 - Equipa Fixa do Serviço de Urgência, Área de Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central EPE, Lisboa
2 - Unidade de Infecciologia, Área de Pediatria Médica, Centro Hospitalar Lisboa Central EPE, Lisboa
- Reunião Clínica da Área Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Lisboa, 29 de Setembro de 2015 (Comunicação oral)
- 16º Congresso Nacional de Pediatria, Algarve, 22-24 de Outubro de 2015 (Poster)
Resumo:
Introdução e Objectivos: A infecção por Campylobacter é uma causa frequente de gastroenterite aguda bacteriana em idade pediátrica em países industrializados, sendo obrigatória a notificação. Conhecer a prevalência de isolamento deste agente em coproculturas colhidas no serviço de urgência (SU), suas características e evolução clínica.
Metodologia:Estudo retrospectivo dos doentes que recorreram ao SU entre Julho de 2013 e Junho de 2015, com isolamento em coprocultura de Campylobacter. Foram estudados dados demográficos, clínicos e área de residência. Todos os doentes foram posteriormente avaliados em consulta.
Resultados:Foram identificados 137 casos, sendo o Campylobacter jejuni (92%) a estirpe mais frequente. Em 45% a infecção ocorreu nos primeiros 2 anos. O sexo masculino foi o mais afectado (63,5%). Não se registaram diferenças significativas quanto ao semestre, mês e estação do ano em que ocorreram as infecções. Dos casos pertencentes à área de referência hospitalar 45.5% residiam em freguesias contíguas. Os sintomas mais frequentes foram a diarreia com sangue (83%) e dor abdominal (74.5%). A mediana da duração da sintomatologia foi de 8 dias (min 3; máx 20 dias), sendo que 54% dos casos foram observados >1 vez no SU. Doze crianças (8,8%) foram internadas por persistência de sintomas, a maioria com idade <2 anos.
Conclusões: Sendo uma das maiores casuísticas nacionais publicadas de gastroenterite aguda a Campylobacter em idade pediátrica, este estudo reflecte a importância da monitorização da prevalência no contexto de saúde pública devido ao elevado número de idas ao SU e distribuição geográfica. A reduzida taxa de internamento, comparada com outros estudos, reforça a importância de um diagnóstico clínico precoce e uma boa estrutura de consulta de apoio ao SU para reavaliação clínica.
Palavras Chave: Gastroenterite bacteriana, Campylobacter.