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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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INFEÇÃO VIH 2: A TRANSMISSÃO VERTICAL É RARA MAS EXISTE

Lia Mano1, Conceição Neves2, Flora Candeias2

1- Interna de Formação Específica de Pediatria Médica, Área de Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central EPE, Lisboa
2- Unidade de Infecciologia, Área de Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central EPE, Lisboa

- 16º Congresso Nacional de Pediatria, Albufeira, 22 a 24 de Outubro de 2015 (Poster)

Resumo:
Introdução:  A transmissão vertical pelo VIH2 foi demonstrada pela primeira vez em Portugal em 1998, no estudo genético de mãe e criança com SIDA seguida neste hospital. A transmissão do VIH2 é rara, pela baixa replicação do vírus, cargas víricas persistentemente baixas e curso assintomático. Na evolução para SIDA o desfecho é idêntico à infeção pelo VIH1. Em Portugal a infeção surge devido à imigração.
Objetivos:  Caracterizar a população de doentes infetados pelo VIH 2 por transmissão vertical incluindo a evolução e estado atual.
Material e métodos Estudo descritivo das características socio-demográficas, clínicas, laboratoriais, tratamento antirretrovírico e evolução, dos doentes em seguimento na Consulta de Imunodeficiências durante o ano de 2015.
Resultados: Dos 96 doentes seguidos na consulta, cinco (5,2%) estão infetados pelo VIH2, quatro do sexo feminino, com idade média de 16,6 anos (mim - 14, max - 18). Todos os infectados são africanos sendo quatro famílias da Guiné Bissau e uma de Cabo Verde, embora dois doentes tenham já nascido em Portugal. À data do diagnóstico quatro crianças estavam assintomáticas embora dois tivessem imunossupressão severa (categoria 3) e um SIDA. Estes quatro doentes estão medicados com lamivudina/abacavir e atazanavir/ritonavir com boa evolução. O ultimo doente é naive com 120 cópias/ml. Atualmente todos estão sem clinica, com carga vírica indetetável e média de CD4 de 1043 cel/mm3.
Conclusão: Verifica-se a raridade da transmissão vertical do VIH2, a sua associação a origem africana e a sua lenta evolução. No desconhecimento da história natural desta infeção é de prever uma longevidade semelhante à da população em geral com um seguimento adequado.

Palavras-Chave: VIH 2; transmissão vertical; infeção; rara