1 - Unidade de Nefrologia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
– 16º Congresso Nacional de Pediatria, 22-24/10/2015, Albufeira (Poster com discussão)
Introdução: A tensão arterial deve ser avaliada a todas as crianças a partir dos 3 anos, de forma sistemática, anualmente. A principal causa secundária em Pediatria é a renal, motivo pelo qual é crucial a vigilância de afecção de órgão-alvo a longo prazo.
Relato de caso: Apresentam-se dois casos ilustrativos da importância da adesão a um plano de seguimento.
Caso 1: adolescente de 15 anos, com refluxo vésico-ureteral, natural do Brasil, onde foi submetida a ureteroplastia, sem seguimento posterior. No último ano, referência a cefaleias, vómitos e fotofobia. Internada por crise hipertensiva, complicada de retinopatia, sem afecção de outro órgão-alvo. Do estudo etiológico destaca-se rim esquerdo cicatricial, com restante investigação negativa. Medicada com labetalol em perfusão, seguido de enalapril, com adequado controlo tensional posterior. Não compareceu nas consultas de seguimento.
Caso 2: adolescente de 17 anos, natural da Moldávia, com refluxo vésico-ureteral bilateral, duas reimplantações ureterais e nefropatia cicatricial com hipofunção do rim direito (25%). Referência a hábitos tabágicos e contracepção com etonorgestrel. Internada por crise hipertensiva, sintomática (cefaleias, foto e fonofobia). Do estudo etiológico salienta-se rim cicatricial à direita, com restante investigação negativa e ausência de complicações de órgão-alvo. Foi medicada com amlodipina, mantendo má adesão ao seguimento em consulta.
Conclusões: A vigilância clínica nas situações de uropatia, mesmo após correcção cirúrgica, é fundamental. Permite a detecção precoce de hipertensão arterial e seu adequado controlo e evita as complicações cardiovasculares associadas.
Palavras Chave: Hipertensão arterial, Crise hipertensiva, Adesão