1- Unidade de Infecciologia, Área de Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central EPE, Lisboa
- XIV Jornadas Nacionais de Infeciologia Pediátrica, Guimarães, 18 e 19 de Junho de 2015 (Comunicação Oral)
Resumo:
Introdução: A espondilodiscite tuberculosa (ET) ou Mal de Pott foi descrita em 1779 por Percival Pott. Sendo uma forma rara, representa cerca de 1 a 5% de todos os casos de Tuberculose. A incidência desta doença é superior na população pediátrica, pela hipervascularização dos discos intervertebrais.
Descrição: Criança de 10 anos, sexo masculino, natural de São Tomé e Príncipe, evacuada para Portugal por abcesso glúteo, de etiologia a esclarecer. Desde há 1 ano apresentava lombalgias de agravamento progressivo e tumefação da nádega esquerda que condicionava limitação funcional para as atividades diárias. Referia ainda emagrecimento, mas negava febre ou sudorese. A ressonância magnética mostrou múltiplas lesões ósseas dorsais, lombares e sagradas compatíveis com espondilodiscite extensa, associadas a volumosos abcessos para-vertebrais e epidural. Foi realizada a drenagem cirúrgica do abcesso da nádega. A prova tuberculínica e a pesquisa de M. tuberculosis (PCR e cultural) no suco gástrico e no exsudado foram positivas. Iniciou terapêutica antibacilar com rifampicina, etambutol, pirazinamida e levofloxacina, por resistência a isoniazida, com boa resposta
Discussão: Na ET, o diagnóstico precoce e início rápido do tratamento recomendado são fundamentais para uma boa evolução. Não existe consenso quanto às recomendações para a intervenção cirúrgica. Assim reserva-se esta opção para situações de falência da quimioterapia ou de compressão medular.
Palavras Chave: espondilodiscite tuberculosa; Mal de Pott