imagem top

2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

CHULC LOGOlogo HDElogo anuario

DIP E GRAVIDEZ ECTÓPICA NA CICATRIZ DE CESARIANA – CASO CLÍNICO

Sara Coelho, Isabel Lobo Antunes, Berta Lopez, Silvia Couto, Maria João Palma, Joana Curado, Filipa Passos. 

 Afliações:
1- Departamento de Ginecologia-Obstetrícia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa.
2- Departamento de Ginecologia-Obstetrícia, Hospital Garcia de Orta, EPE, Almada.
3- Departamento de Ginecologia-Obstetrícia, Hospital Garcia de Orta, EPE, Almada.
4- Departamento de Ginecologia-Obstetrícia, Hospital Garcia de Orta, EPE, Almada.
5- Departamento de Ginecologia-Obstetrícia, Hospital Garcia de Orta, EPE, Almada.
6- Departamento de Ginecologia-Obstetrícia, Hospital Garcia de Orta, EPE, Almada.
7- Departamento de Ginecologia-Obstetrícia, Hospital Garcia de Orta, EPE, Almada.

Divulgação:
- XIII Congresso Português de Ginecologia.

Resumo:
Introdução: A gravidez na cicatriz de cesariana é uma das formas mais raras de gravidez ectópica (GE). Neste trabalho relatamos um caso de GE na cicatriz da cesariana, associada a doença inflamatória pélvica (DIP) com complexo tubo-ovárico.
Resultados: Mulher de 29 anos, caucasiana, saudável, Gesta 3 Para 3, com antecedentes de parto por cesariana há 11 anos. Dirigiu-se ao Serviço de Urgência (SU) com quadro clínico de hemorragia uterina anómala com 2 meses de evolução associada a astenia. Exame objectivo (EO) à entrada sem alterações. Nos exames complementares de diagnóstico (ECD) destacou-se apenas o doseamento de beta-HCG positivo na urina e beta-HCG no soro 1402 UI/L. A ecografia trans-vaginal (TV) mostrou imagem anecogénica regular de 52x55mm, com reforço periférico, sugestivo de reacção decidual, localizada a nível do istmo/colo.  Teve alta com suspeita diagnóstica de gravidez ectópica na cicatriz da cesariana mas por motivos pessoais recusou internamento. Regressou ao SU 4 dias depois com agravamento do quadro clinico e laboratorial.  Ao EO observou-se leucorreia purulenta associada a toque bimanual muito doloroso na área anexial direita. Na ecografia TV observou-se um útero aumentado e na parede anterior do istmo/colo uterino - a nível da histerorrafia da cesariana – imagem multilobulada, com vascularização periférica, ocupando toda a espessura do miométrio, ovário direito aumentado de volume e trompa dilatada com conteúdo menos puro.  Foi internada para vigilância e antibioterapia endovenosa (EV) com o diagnóstico de DIP e suspeita de GE na cicatriz de cesariana. Sem melhoria clinica ou laboratorial após 24h de antibioterapia, foi submetida a laparoscopia diagnóstica com aspiração uterina da GE da cicatriz da cesariana sob controlo ecográfico. O resultado da cultura do pus colectado foi positivo para E. Coli sensível à antibioterapia prescrita e o resultado histológico confirmou a GE na cicatriz da cesariana. Teve alta ao 6º dia de internamento sob antibioterapia per os, clinicamente e laboratorialmente melhorada. Durante 3 semanas realizou doseamentos semanais da beta-HCG, a ecografia TV 4 semanas após a cirurgia, mostrou redução das dimensões do útero e também da área de implantação na cicatriz de cesariana e menor vascularização.
Conclusões: No caso clínico descrito, o tratamento conservador permitiu a preservação do útero e a evicção de uma cirurgia com elevada morbilidade neste contexto de infecção pélvica.   

Palavras Chave: gravidez ectópica na cicatriz da cesariana, DIP, aspiração uterina com controlo ecográfico , laparoscopia diagnóstica.