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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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anuarioHDE

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quinta-feira, 25 janeiro 2024 12:57

“TRAQUEOTOMIA NA CRIANÇA” FORMAÇÃO ESSENCIAL

Fundamentação
O traqueotomia consiste na criação duma comunicação entre a traqueia e a parede anterior do pescoço, que faz um bypass da via aérea superior, permitindo ventilar crianças que tenham necessidade de ventilação invasiva prolongada ou tenham patologia malformativa, inflamatória ou infecciosa da da via aérea superior, que provoque a redução da sua permeabilidade.
A redução da mortalidade infantil, o aumento da sobrevida de recém‐nascidos pré‐termo e de crianças com patologia congénita malformativa e neurológica tem determinado o aumento do número de crianças que necessitam de traqueotomias, geralmente transitórias, mais frequentemente nos primeiros 3 anos de vida.
Os hospitais terciários, com unidades de cuidados intensivos, tendem a concentrar a realização destes procedimentos em crianças de idade inferior a 3 anos, bem como o seu posterior seguimento, visando a descanulação ou a manutenção dos cuidados, no caso da descanulação não ser possível.
O manejo da via aérea e das cânulas de traqueotomia gera nos envolvidos estranheza e receio de não conseguir resolver uma obstrução da via aérea.
A familiaridade com o procedimento e com os cuidados ao doente traqueotomizado é essencial para garantir a segurança da sua via aérea destas crianças. A formação dos profissionais de saúde e dos cuidadores é essencial para que este objectivo seja atingido.

Fundamentação
Nas últimas décadas assistiu‐se a uma revolução no tratamento de doenças respiratórias, surgindo novos fármacos que podem ser administrados por uma inúmera variedade de dispositivos inalatórios. A selecção correcta do dispositivo de inalação, associada a uma correcta técnica inalatória, são aspectos essenciais para o sucesso terapêutico. A frequência com que os profissionais de saúde contactam com doentes em que estas formas de terapêutica estão indicadas, justifica que conhecimentos sobre esta temática devam ser adquiridos.

quinta-feira, 25 janeiro 2024 12:36

“SONO”

Fundamentação
O Sono é um imperativo biológico que assume particular importância nos primeiros anos de vida. No sono se cresce, no sono de aprende, já dizia o Vitinho “amanhã cedinho, bem cedinho tu vais ver acordas mais forte e mais esperto, isso é crescer”.
Torna‐se fundamental que o Pediatra tenha conhecimentos nesta área, a aborde na consulta de rotina e possa reconhecer e orientar atempadamente situações patológicas.
A patologia do sono requer uma abordagem multidisciplinar, de Pediatras, Pneumologistas, Psiquiatras, Otorrinolaringologistas, Estomatologistas, terapeutas da falam entre outras.
Nesse sentido foi criada uma Consulta Multidisciplinar do Sono no Hospital Dona Estefânia e reúnem‐se neste curso os seus diferentes intervenientes pretendendo‐se atualizar conhecimentos e transmitir uma visão global sobre esta área.

quinta-feira, 25 janeiro 2024 12:15

“QUANDO SUSPEITAR DE DOENÇA NEUROMUSCULAR?”

Fundamentação
As doenças neuromusculares são um grupo heterogéneo de doenças, frequentemente com envolvimento de outros órgãos e sistemas. A referenciação é assim feita muitas vezes por várias especialidades: MGF, Pediatria Geral, Gastroenterologia, Cardiologia Pediátrica ou MFR. Muitas das principais queixas que levam à referenciação são frequentes como por exemplo hipotomia ou marcha em pontas. O inicio dos sintomas em idade pediátrica é frequente sendo fundamental conhecer os principais sintomas guia e respectiva abordagem diagnóstica e terapêutica. Estes doentes necessitam na maioria dos casos de uma abordagem multidisciplinar quer em contexto ambulatório, quer em contexto de urgência. Nos últimos anos assistimos a progressos determinantes na terapêutica de algumas destas doenças sendo por isso fundamental o diagnóstico atempado das causas tratáveis de algumas destas patologias.

quinta-feira, 25 janeiro 2024 12:13

COMO CITAR RESUMO

COMO CITAR RESUMO DO ANUÁRIO DO HOSPITAL DONA ESTEFÂNIA

Em cada ano civil o Anuário do Hospital Dona Estefânia: Repositório Médico Científicopublica os resumos de publicações e comunicações do corpo clínico do Hospital relativos ao ano transato.

No caso de resumos de comunicações não publicados, os autores do Hospital Dona Estefânia dispõem do Anuário do Hospital Dona Estefânia: Repositório Médico Científico como sede própria para acolher tais resumos, que de outro modo ficariam “órfãos” e perder-se-iam com o passar dos anos. Muito desse material, não obstante nunca ter sido publicado, tem elevado valor científico. De notar que estes resumos foram alvo de dois escrutínios/ arbitragem por pares (peer review): a avaliação das comissões científicas das reuniões onde as comunicações/ posters foram apresentados e a revisão pelo coordenador da unidade e/ou pelo diretor de área em que o autor está afiliado.

Estando o Anuário inscrito no sistema internacional de identificação de livros - International Standard Book Number (ISBN), a publicação tem valor bibliográfico reconhecido, particularmente se no currículo do autor forem valorizados os resumos publicados em edições científicas.

Sendo esta uma edição anual (yearbook), os resumos devem ser citados como publicados em livro ou em proceeding, exemplo:

Silva TM, Gonçalves L, Faustino P, Batalha S, Kjöllerström P, Maia R. Anemia ferropénica refratária: dos erros alimentares aos genes. In: Anuário do Hospital Dona Estefânia: Repositório Médico Científico, ed. Lisboa: Núcleo de Estudos Pediátricos do Hospital Dona Estefânia, 2015; vol. 23 (ISBN: 972-96348-5-8).

Nota 1: o volume (23) diz respeito ao ano de edição, não havendo paginação.

Nota 2: O ISBN corresponderá ao tipo de edição: online, desde 2013 (ISBN: 972-96348-5-8); em CD-ROM, 2012-2016 (ISBN: 972-96348-4-X); ou impressa, 1993-2005 (ISBN: 972-96348-3-1).

No caso de resumos de publicações, os direitos de autoria (copyright) foram transferidos para as respetivas revistas.

Configurando-se o Anuário (Yearbook) como um repositório de resumos, estes podem e devem ser incluídos nesta publicação, inclusive os de artigos sem livre acesso, pois nestes casos a única secção de livre acesso é o Resumo/Abstract. No entanto, por o resumo já estar publicado, a sua inclusão no Anuário não acrescenta valor curricular e a citação deve remeter exclusivamente para a publicação original na revista e não para a sua inclusão no Anuário. O interesse de o Anuário também colecionar os resumos publicados é o de contribuir, como repositório, para a memória científica da Instituição.

REGULAMENTO

Os Prémios de Mérito Científico e as Menções Honrosas destinam-se a distinguir os trabalhos divulgados no ano civil transato, por médicos do Hospital Dona Estefânia (HDE), Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. Estas distinções têm por objetivo fomentar a qualidade da actividade científica e premiar a investigação desenvolvida pelo corpo clínico do HDE.

O Prémio Especial do Anuário destina-se a distinguir o contributo individual ou coletivo para a valorização do Hospital, prestado no ano civil transato.

Prémios de Mérito Científico

  1. Número de Prémios: É atribuído anualmente um Prémio de Mérito Científico por área do HDE, para trabalho científico comunicado e/ou publicado no ano civil transato, por autores das Unidades/ Especialidades que integram a respetiva área. Em caso excecional, podem ser atribuídos dois Prémios ex-aequo se os trabalhos tiverem equivalente mérito científico. Não será atribuído Prémio se não houver trabalhos que atinjam qualidade suficiente. 
    As ”áreas” consideradas pelo Anuário do Hospital Dona Estefânia, e os respetivos “diretores”, não coincidem com as Áreas oficiais definidas pelo Centro Hospitalar onde esta unidade hospitalar se integra. Com a finalidade de distinguir os melhores trabalhos são, antes, consideradas as áreas científicas que atualmente caraterizam o HDE: Pediatria Médica, Pediatria Cirúrgica, Pedopsiquiatria e Especialidades Transversais que inclui os núcleos no HDE de Anestesiologia, Imagiologia, Patologia Clínica, Medicina Física e Reabilitação e Imuno-Hemoterapia.

  2. Autoria do Prémio: Se no trabalho premiado tiverem participado mais do que uma Área ou Unidade/ Especialidade do HDE, o Prémio será atribuído à Área ou Unidade/ Especialidade que corresponda à afiliação do primeiro Autor. Podem concorrer, em coautoria, médicos de outras instituições ou profissionais que não sejam médicos, desde que um dos autores seja médico do HDE.

  3. Candidaturas: A iniciativa de candidatura ao Prémio de Mérito Científico parte dos próprios autores os quais devem enviar o trabalho em versão integral, ao Coordenador da Unidade/ Especialidade, em ficheiro Word, estruturado conforme normas reconhecidas (sugere-se as da Acta Pediátrica Portuguesa). Se o trabalho tiver sido publicado, é preferível que este seja enviado em formato PDF. Se a publicação não for de livre acesso, o júri e o Anuário comprometem-se a usar o ficheiro apenas para o propósito da avaliação. No ato de formalização da candidatura, é obrigatório que os autores enviem ou já tenham enviado o respetivo resumo para o Anuário. Não há limite de candidaturas por autor ou por Unidade/ Especialidade. Após revisão, o Coordenador da Unidade/ Especialidade enviará as candidaturas ao Diretor da Área.

  4. Seleção: O Diretor de cada área é responsável pela formação do júri de seleção, composto pelos Coordenadores das Unidades/ Responsáveis pelas Especialidades que integram a sua área. O júri elaborará os critérios de seleção e decidirá qual o vencedor. Em caso de empate, o Diretor/Responsável da área tem voto de qualidade. No caso das Especialidades Transversais, o júri será constituído pelos Coordenadores dos núcleos no HDE, de Anestesiologia, Imagiologia, Patologia Clínica, Medicina Física e Reabilitação e Imuno-Hemoterapia e a função de presidente de júri (para este efeito designado “Diretor”) será exercida rotativamente, em cada ano civil, por cada Coordenador, seguindo a sequência supracitada, salvo outra ordem por acordo entre os Coordenadores.
    Os júris devem decidir até 15 dias após terminar o prazo de entrega das candidaturas. Cada Diretor de área deverá informar a Comissão Organizadora do Anuário sobre a escolha do trabalho premiado.

  5. Moderador: Os autores dos trabalhos premiados serão informados por escrito sobre a decisão, pela Comissão Organizadora do Anuário. Aos autores cumpre: 1) apresentar o trabalho na Reunião do Anuário; 2) convidar um moderador, de preferência externo ao Hospital, para comentar; 3) no prazo máximo de 15 dias após terem conhecimento de que foram premiados, devem informar à Comissão Organizadora do Anuário o nome, título profissional e afiliação institucional do moderador convidado.

  6. Certificados: Aos autores será entregue durante a Reunião do Anuário o certificado comprovativo, assinado pela Comissão Organizadora do Anuário. Aos moderadores será entregue carta de agradecimento pela colaboração, assinada pela Comissão Organizadora do Anuário.

Menções Honrosas

  1. Número de Menções: Anualmente é atribuída uma Menção Honrosa para o melhor trabalho científico comunicado e/ou publicado no ano civil transato, de cada Unidade/ Especialidade do Hospital. À Unidade/ Especialidade vencedora do Prémio de Mérito Científico não será, simultaneamente, atribuída Menção Honrosa.

  2. Seleção: A seleção das Menções Honrosas é da responsabilidade dos Coordenadores das Unidades/ Responsáveis pelas Especialidades. Cada Coordenador/ Responsável escolherá, de entre os resumos dos trabalhos da sua equipa, o que merece ser distinguido com Menção Honrosa. Esta não será atribuída se não houver trabalhos que atinjam qualidade suficiente. O prazo limite para selecção das Menções Honrosas estende-se após o prazo limite para anúncio dos Prémios de Mérito Científico, o que permite incluir os trabalhos que se candidataram ao Prémio de Mérito Científico, mas não venceram. A decisão dos Coordenadores da Unidades/ Responsáveis pelas Especialidades deve ser comunicada simultaneamente aos respetivos Diretores de Área e à Comissão Organizadora do Anuário.

  3. Certificados: Durante a Reunião do Anuário serão anunciados os trabalhos distinguidos com Menções Honrosas, podendo os certificados ser levantados durante a Reunião ou serão entregues posteriormente aos autores.

Prémio Especial do Anuário

  1. Número: Anualmente é atribuído um Prémio Especial do Anuário a organismo, profissional ou grupo de profissionais do HDE, cuja atividade se tenha destacado pelo contributo para a comunidade, serviço aos doentes ou valorização do Hospital. Esta distinção não será atribuída se não houver propostas.

  2. Propostas: A proposta de atribuição de Prémio Especial e os argumentos que fundamentam a proposta podem partir de qualquer médico do HDE, devendo ser enviada à Comissão Organizadora do Anuário, até 30 dias antes da data de realização da Reunião do Anuário. Se o premiado em anos anteriores voltar a merecer a distinção, pode ser novamente proposto.

  3. Selecção: Cabe à Comissão Organizadora do Anuário selecionar a melhor proposta. Em caso de empate, o Coordenador do Anuário tem voto de qualidade.

  4. Certificado: O Prémio será anunciado e o certificado entregue ao premiado durante a Reunião do Anuário.


 

Toda a correspondência com a Comissão Organizadora do Anuário deve ser feita por intermédio do e-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

Revisão do Regulamento aprovada em janeiro de 2019 pela Comissão Organizadora do Anuário.


A Comissão Organizadora
Luís Pereira da Silva
João Estrada
Ana Cristina Ferreira
Salomé de Almeida
Rita Lopes da Silva

quinta-feira, 25 janeiro 2024 11:25

EDITORIAL

Em 2023 realizou-se a XXXI Reunião do Anuário do Hospital Dona Estefânia (HDE) que, tal como em edições anteriores, procurou a divulgação, reconhecimento e valorização de toda a atividade científica realizada pelos médicos deste hospital.

Foram realizados quatro cursos satélite, este ano dedicados aos temas: “Quando suspeitar de doença neuromuscular”, “Sono”, “Terapêutica inalatória – Dispositivos e técnicas de inalação” e “Traqueotomia na criança – formação essencial”. Tal como nas edições anteriores, foram apresentados os Prémios de Mérito Científico e as Menções Honrosas de Pediatria Médica, Cirurgia Pediátrica, Pedopsiquiatria e Especialidades Transversais, e toda a atividade científica do HDE foi coligida sob a forma de resumos (publicações e comunicações), dando continuidade àquela que constitui a maior base bibliográfica de uma instituição de saúde do País. Sem este esforço, o material nunca publicado ter-se-ia perdido para sempre.

Gostaríamos ainda de destacar o Prémio Especial do Anuário, que este ano foi atribuído ao Dr. António Marques, que a todos marcou pelo seu exemplo de profissionalismo, competências técnicas e científicas, serenidade, dedidação empatia para com os doentes e famílias, companheirismo, amizade, humor e sorriso terno e afável. A sessão plenária esteve a  cargo do Dr. Gonçalo Cordeiro Ferreira, que nos brindou com uma brilhante e sagaz conferência, intitulada:  “O sal na terra: uma história de moléculas, rochas, plantas, animais e homens.”

A partir deste ano, o Anuário incluirá a atividade científica da Unidade de Neonatologia da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, que recentemente se fundiu com a Unidade de Neonatologia do HDE. Desde que o Dr. Daniel Virella assumiu a coordenação, vários dos assistentes hospitalares rodam por ambas as unidades, estando agora as duas equipas fundidas e constituindo uma única unidade. Assim pode agora considerar-se 'indivisível' a atividade científica da neonatologia do CHULC, o que legitima a inclusão da produção de uma unidade fisicamente externa ao HDE, já que deixou de o ser em termos funcionais.

Para além da integração da atividade científica, a sinergia entre as equipas de ambas as  instituições é evidente na meticulosa integração dos protocolos clínicos e práticas médicas. A união desses conhecimentos especializados resulta em um padrão de atendimento aprimorado, garantindo uma abordagem holística aos desafios neonatais.

Este editorial destaca não apenas o aspecto logístico dessa fusão, mas sobretudo o espírito colaborativo e o trabalho de equipa que estão a moldar essa transição. Ao destacar a cooperação organizacional e o trabalho de equipa exemplar, celebramos não apenas a fusão, mas também o impacto positivo que terá na saúde dos recém-nascidos e suas famílias. Essa iniciativa conjunta poderá funcionar como um modelo inspirador para outras instituições de saúde e mesmo para o próprio CHULC, já que mais que a distância física que separa os diferentes polos, o que nos une é o desejo dos melhores cuidados possíveis a todos os doentes.

 

Telma Francisco
Ana Cristina Ferreira
Editoras Associadas

Francisca Matos1, Inês Fontes1, Ema Freitas1, António Pedro2, Miguel Correia2, Tânia Serrão2, Raul Silva2, Rute Neves2

Raquel da Costa Neves1, Catarina Gouveia1, Tiago Silva1, Ana Margarida Garcia1, Rita Valsassina1, Ana Lemos1, Maria Joao Brito1

Sara Rosa1, Gonçalo Gama Lobo1, Alexandra Rodrigues1, Ana Antunes Martins2, Álvaro Cohen3, Carla Conceição1

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