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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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SÍNDROME HIPERGLICÉMICO HIPEROSMOLAR EM PEDIATRIA: UMA ENTIDADE RARA

Maria Beatriz Costa1, Ana Laura Fitas2, Vera Brites1, Sérgio Lamy1, Margarida Trindade Santos1

1 – Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE
2 – Unidade de Endocrinologia, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE

- 16º Congresso Nacional de Pediatria. Albufeira, 22-24 de outubro de 2015 (Poster com discussão)

Resumo:
Introdução: A síndrome hiperglicémica hiperosmolar é pouco frequente em pediatria. Carateriza-se por hiperglicémia (> 600mg/dL) e hiperosmolalidade (> 330mOsm/kg), sem acidose metabólica e cetose significativas (bicarbonato sérico> 15mEq/L e cetonúria negativa ou pouco positiva), conduzindo a desidratação grave.
Caso Clínico: Adolescente de 14 anos com antecedentes pessoais de síndrome polimalformativo, atraso cognitivo e epilepsia medicado com valproato de sódio e risperidona. Trazido à urgência por febre com picos de 38,5ºC de 3/3h, recusa alimentar, poliúria e prostração com dois dias de evolução. À entrada estava febril, taquicárdico, mal perfundido, eupneico com Sp02> 98% em ar ambiente, e BMT “high”. Analiticamente com Hb 17,6g/dL e Htc 54,7%, 21200/uL leucócitos com 79% neutrófilos, proteína C-reativa 1,9mg/L, glucose 700mg/dL, Na 167 mEq/L, ureia 131 mg/dL e creatinina 2,12 mg/dL. Sem acidose metabólica na gasometria capilar. Cetonémia máxima 0,4 e cetonúria 1+. Transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos a realizar expansão hídrica, com correção da desidratação de 10% e antibioterapia iv. Por manter glicémias elevadas (900mg/dL) iniciou insulina rápida com melhor controlo glicémico. Desde dia 4, clinicamente estável, com função renal normal, ionograma sérico: Na 144mEq/L; K 4,5 mEq/L; Cl 104mEq/L e glicémias entre 127-247mg/dL.
Conclusões: Esta é uma das complicações mais graves, que pode surgir durante a evolução ou na apresentação inaugural de uma diabetes mellitus tipos 1 e 2. A doença infecciosa é uma das etiologias mais comuns. Perante um doente com hiperglicemia significativa, sem acidose metabólica, a síndrome hiperglicémico hiperosmolar deve ser ponderada.

Palavras Chave:  Diabetes, síndrome hiperglicémica hiperosmolar